O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, 58, disse nesta quinta-feira que a crise europeia preocupa o governo brasileiro, porque ameaça o desenvolvimento dos países emergentes, e que as medidas já tomadas "esbarram na realidade política".
"A crise [europeia] nos preocupa porque tem impacto mundial e diminui as perspectivas de crescimento até para nações em desenvolvimento", disse ele, durante sabatina promovida pela Folha em parceria com o UOL, na cidade de São Paulo.
"A crise é profunda e séria, mas transitória", afirmou ainda.
Para o chanceler brasileiro, a eleição do socialista François Hollande para a Presidência da França pode modificar "a dinâmica" da busca de soluções para o imbróglio europeu.
Hollande foi eleito prometendo reformar o atual pacto dos países do bloco europeu para controlar os rombos das contas públicas. Ele criticou a ênfase nas medidas de austeridade e pediu mais estímulos ao crescimento econômico.
Hoje, o novo ministro das Finanças francês, Pierre Moscovici, ameaçou que o país não vai ratificar o pacto fiscal europeu se este não incluir medidas de estímulo ao crescimento.
Patriota mencionou ainda o caso da Grécia, mergulhada numa dupla crise -- política e econômica: sem governo e em seu quinto ano de recessão.
"A Grécia não tem opções muito boas. Todas são um pouco problemáticas", admitiu.
| Marcelo Justo/Folhapress | ||
| O chanceler Antônio Patriota participa de sabatina no teatro Folha, do Shopping Higienópolis, em São Paulo |
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