SÃO PAULO - Ele é o maior atleta olímpico de todos os tempos, mas quem diria, garante que o mais importante não é ganhar medalhas. Com a maturidade de quem pretende encerrar a carreira em sua quarta olimpíada, Michael Phelps já fala em legado e admite que ainda não tem planos definidos para a despedida nos Jogos de Londres, embora seja certo que não pretende igualar ou superar o recorde de oito medalhas de ouro obtidas em Pequim, há quatro anos
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Phelps é o maior atleta olímpico de todos os tempos
Em entrevista exclusiva ao Estado, Phelps se mostra consciente de que muito do que fará na Inglaterra vai depender da seletiva americana para a Olimpíada. Nem mesmo o nadador, que possui 14 ouros no currículo, tem o privilégio de vaga garantida na equipe dos Estados Unidos. Como de costume, os dois atletas do país para cada prova deverão ser definidos de 25 de junho a 2 de julho em competição na cidade de Omaha.
Algumas especialidades do rei das piscinas em 2008 têm hoje outros favoritos, como Ryan Lochte, fortalecido psicologicamente pela credencial de primeiro atleta a quebrar um recorde mundial após a era dos maiôs tecnológicos.
"Não posso dizer exatamente quais os meus planos para Londres. Tenho dito ao longo de toda a minha carreira: uma coisa que quero fazer é olhar para trás após a minha aposentadoria e ser capaz de dizer que fiz tudo o que eu queria", afirma o supercampeão. "Se eu puder dizer que não importa quantas medalhas de ouro ou recordes quebrados e que eu esteja satisfeito com minha carreira, é tudo o que importa."
Phelps aponta com satisfação que deve deixar um legado após abandonar as piscinas: o fato de ter tornado a natação mais popular. "Uma das coisas mais legais que tenho visto é que as pessoas estão acompanhando o esporte atualmente. Elas sabem os nossos nomes. O povo torce por nós, o que nos ajuda a nadar mais rápido, nos deixa mais motivados", comenta. "A natação mudou muito", aponta o nadador, lembrando que hoje seu esporte tem melhores blocos de partida, de chegada e cronometragem. "E felizmente pude ajudar a mudá-la ainda mais."
O nadador diz que, ultimamente, tem tido prazer em acompanhar o progresso de jovens talentos. "É sempre divertido para mim ver garotos crescendo no esporte. Eles serão capazes de vivenciar tudo o que vivenciamos e mais ainda. É uma coisa legal ser capaz de imaginar como serão daqui cinco ou dez anos de estrada."
ÍDOLO
Phelps também revelou o atleta que mais o inspirou. E não é Mark Spitz, como muitos poderiam pensar. "Eu cresci vendo Pablo Morales (ouro no revezamento 4 x 100 medley nos Jogos de Los Angeles de 1984 e Barcelona de 1992 e ouro nos 100 m borboleta na olimpíada espanhola). Foi um dos meus grandes ídolos. Vê-lo sendo medalhista de ouro olímpico, como nadador de borboleta, me motivou demais."
O norte-americano se diz incapaz de escolher um momento mais importante para sua carreira, mas falou de sua prova mais polêmica, os 100 m borboleta dos Jogos de Pequim no qual venceu o sérvio Milorad Cavic por um centésimo (50s58 para 50s59). O rival reclama do resultado até hoje e culpa a Omega, responsável pela cronometragem dos Jogos de Pequim e patrocinadora de Phelps. O nadador e a empresa negam até hoje qualquer favorecimento.
"Isso mostra quão importante é um centésimo de segundo. Fico feliz de ter estado do lado certo do um centésimo", admite dizendo que foi "uma das provas mais legais" que disputou ao longo da carreira.
"É sempre demais ver a reação da minha mãe", diz o nadador, que tem forte ligação com Debbie Phelps. "Eu acho que ver a reação dela depois da minha reação é muito melhor. Foi uma das minhas corridas favoritas de todos os tempos. Estava no lugar certo na hora certa. Não posso pedir mais nada."
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